2005 10 de outubro

Indústria naval brasileira volta a crescer

Política de conteúdo local e investimento recorde fortalecem setor estratégico

O governo federal lança o Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros (Promef) da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Com a compra de 49 novos petroleiros, o programa seria um dos impulsionadores da retomada da indústria naval nacional.

Durante a década de 1970, a indústria naval brasileira alcançou o posto de segunda maior do mundo. Em meados dos anos 1980, entretanto, o setor passou por um desmonte, em que os governos optaram por importar peças, plataformas e navios.

A revitalização do setor naval ganhou força a partir de 2003, com a implementação da política de conteúdo local, responsável, nos anos seguintes, por injetar cerca de R$ 17,8 bilhões na economia. Segundo essa política, de toda a infraestrutura utilizada na extração de petróleo no Brasil, 60% teriam de ser fabricados no país — percentual que aumentaria gradativamente, chegando a 75% em alguns casos.

Graças a essa medida, até 2010 a indústria naval brasileira passaria por uma retomada, colocando-a entre as mais competitivas do mundo, além de gerar milhares de postos de trabalho — de 3 mil empregos diretos, em 2002, para 80 mil, em 2010.

Nesse mesmo período, seriam construídos 18 estaleiros no país, chegando a um total de 37 instalações, com investimento recorde. Os polos navais do Rio Grande (RS), do Atlântico Sul (PE) e de Ilha/Mauá (RJ) se tornariam os maiores do período. A carteira de pedidos chegaria a 269 contratos em 2010, incluindo petroleiros, plataformas e navios de apoio.

A importância da Petrobras para o setor naval se confirmaria a partir de 2006, com a descoberta do Pré-Sal, o que demandou o uso de mais tecnologia de ponta, como itens de extração submarina e navios com maior capacidade de carga.

Lançado em 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) definiria a indústria naval como setor estratégico, especialmente na geração de emprego e renda. A meta de financiamentos do PAC seria superada, alcançando R$ 11,6 bilhões em 2010.

O financiamento do Fundo de Marinha Mercante também daria um salto: de R$ 720 milhões, em 2004, para R$ 2,6 bilhões, em 2010. O volume de cargas transportadas aumentaria 68% e, em 2010, o Brasil já teria o maior programa de investimentos offshore do mundo.