1961 18 de outubro

Bancários de todo o país entram em greve

Governo faz mediação para resolver impasse nas negociações com os bancos

Os bancários deflagram em todo o país a “greve da dignidade”, que dura oito dias e, com a mediação do primeiro-ministro Tancredo Neves e do ministro do Trabalho, Franco Montoro, obtém importantes conquistas: reajuste imediato de 40% e outros 10% a partir de 1º de abril do ano seguinte.

A paralisação foi produto de um longo trabalho de organização promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), que reunia bancários e securitários de todo o país — uma categoria estimada, na época, em 150 mil trabalhadores.

O primeiro passo para a organização dos trabalhadores foi a realização, em março de 1960, da 1ª Convenção Nacional dos Bancários, que elaborou uma primeira pauta de reivindicações e convocou a categoria a discuti-la.

Além do imediato aumento salarial de 50% e mais 7% ao ano, os bancários definiram outros itens de negociação, como estabilidade no emprego a partir de dois anos de serviço e fim do expediente aos sábados. O início da campanha nacional foi marcado oficialmente para 1º de abril do ano seguinte.

Em maio, a 2ª Convenção dos Bancários preparou a paralisação, que foi finalmente deflagrada em 18 de outubro. A polícia cercou as agências, e os trabalhadores ocuparam as ruas com passeatas e piquetes.

O movimento se prolongaria até o dia 26, provocando uma corrida da população aos bancos e a ação do governo parlamentarista para encontrar uma solução negociada, diante da intransigência dos banqueiros.