2006 17 de outubro

Petrobras descobre petróleo no pré-sal

Reservas a 7 km de profundidade podem armazenar até 8 bilhões de barris

A Petrobras revela ter descoberto vastas reservas de petróleo e gás natural na camada geológica do pré-sal. As estimativas iniciais apontam para a existência de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de óleo leve, a profundidades que podem chegar a 7 quilômetros, em águas a 300 quilômetros da costa brasileira.

Essas estimativas de reserva seriam recorrentemente ampliadas nos anos seguintes, atingindo 80 bilhões em 2010 e 176 bilhões de barris de óleo leve em 2015.

Os centros de pesquisa da Petrobras precisariam desenvolver tecnologias inovadoras para superar os desafios trazidos pelas reservas do pré-sal, relacionados às condições do oceano, à necessidade de perfurar 2 quilômetros de duras camadas de sal e à alta pressão atmosférica nos reservatórios.

Seriam necessários 30 meses de trabalho entre o primeiro teste, em outubro de 2006, e a primeira perfuração comercial, em 1º de maio de 2009, no campo de Tupi (futuro campo de Lula), na Bacia de Santos.

As tecnologias desenvolvidas nesse período reduziriam em 54% o tempo para perfuração de novos poços, além de produzir novos tipos de dutos de coleta e gerar procedimentos mais sustentáveis de separação e de injeção de gás carbônico.

As riquezas do pré-sal provocariam uma série de debates e negociações políticas entre a União e os diferentes estados acerca da destinação e propriedade dos royalties do petróleo. Também levariam o governo federal a propor lei, aprovada pelo Congresso, que alteraria o regime de concessão, adequado para a exploração em áreas de maior risco, para o da partilha, próprio para campos de baixo risco e alta presença de óleo e gás.

A produção diária de petróleo no pré-sal passaria da média aproximada de 41 mil barris por dia (bpd), em 2010, para 1 milhão de bpd em meados de 2016 — crescimento de quase 24 vezes —, isso apenas dois anos depois de atingir 500 mil bpd.