1987 20 de fevereiro

Sem recursos, país decreta moratória

Com reservas baixas, Brasil suspende pagamento de juros da dívida externa

Após se reunir com o Conselho de Segurança Nacional, o presidente José Sarney anuncia a decisão de adiar o pagamento dos juros da dívida externa brasileira até que as reservas cambiais do país sejam recompostas. A situação econômica do Brasil é crítica e as reservas cambiais haviam caído a um nível muito baixo. Apesar de não utilizar o termo “moratória” − medida que meses antes o ministro da Fazenda, Dilson Funaro, garantira que o país não adotaria –, a decisão é recebida dessa forma por credores, mercado e opinião pública.

Além da suspensão das remessas internacionais, Sarney anunciou que, durante seis meses, o governo só gastaria o que arrecadasse, indicando assim que nesse período o Banco Central não emitiria moedas e títulos para quitar dívidas públicas. A moratória afastou investimentos, abalou a confiança na economia e não conseguiu evitar a recessão.