Denunciando a tortura
"Em relação a Oswaldo Pacheco, não há prova nenhuma, nenhuma prova colhida em juízo. Condenar alguém com base apenas nessa confissão arrancada... E há provas disso! Este homem apareceu em juízo ainda cheio de equimoses, apareceu em juízo com feridas impressionantes. Então, quem é que fez essas equimoses? Quem é que praticou essas torturas neste homem preso e incomunicável? Não é possível que Vossas Excelências possam aceitar essa afirmação numa confissão arrancada nessas condições como sendo prova. Não, senhores ministros. Não é possível que isto continue a perdurar neste país!"
Diante dos membros do Superior Tribunal Militar (STM), Sobral Pinto denuncia a tortura como prática para arrancar confissões na defesa do sindicalista e ex-deputado constituinte sergipano Oswaldo Pacheco, preso em São Paulo em 1975; a audiência era fechada e a gravação só foi revelada anos após o fim da ditadura